Tokyo Five Days: 4º dia

(Parte 1Parte 2Parte 3)

Era o penúltimo dia e eu não agüentava de tanto cansaço. Não sei se foi só o jetlag ou se a rotina frenética ajudou, mas eu só sabia que PRECISAVA dormir. Então dormi a manhã inteira de sábado enquanto o Banshee jogava vídeo-game. Depois saímos e fomos direto almoçar, dessa vez em um restaurante de comida indiana, com a desculpa de que é difícil de encontrar no Rio (além de ser caro).
Depois de muitos pães indianos com queijo, vários tipos de molho curry e lassi (uma bebida deliciosa feita de iogurte com fruta), ainda comemos doughnuts de sobremesa na rede americana Krispy Kreme (como era final de outubro tinha vários sabores especiais de Halloween).
Próxima parada: Parque Yoyogi, onde visitamos outro templo (não canso de templos!), o Meiji-jingu.
Tirei várias fotos fofas de criancinhas vestidinhas de kimono. Por sorte presenciamos (e filmamos!) a entrada da noiva em um casamento tradicional, com direito a tambores e tudo.
Foi nesse templo também que deixei minha marca numa plaquinha de madeira, agradecendo a todos que me ajudaram e tornaram-na possível.
De lá nos embrenhamos nas ruas de Harajuku, onde se vê a diversidade da moda de rua de Tokyo. As lojas foram uma tentação, já que eu não pretendia gastar muito dinheiro, mas não consegui resistir a uma lojinha de 105 ienes (equivalente à nossa loja de 1,99), onde comprei várias lembrancinhas.
Depois pegamos o trem de volta ao Saitama Arena, onde tentaríamos arranjar ingressos de cambista para o show do Luna Sea “Promise to the Brave” (também voltado para arrecadar fundos para as vítimas do terremoto). Tentamos procurar em Harajuku, em umas lojas que vendem ingressos, mas não conseguimos achar… por isso ficou aquele medo de não conseguir.
Então, como no Japão é proibido a revenda de ingressos (assim como aqui, mas… né?), o que eles fazem: escrevem em um papel algo como “Alguém me dê um ingresso pro show do Luna Sea”. Bem, se ele está pedindo, não é nada de errado, certo?. Então os mafiosos cambistas chegam de mansinho, fazem uma oferta e vendem na surdina.
Logo que chegamos na estação, o Banshee achou um cara que nos ofereceu dois ingressos por 35,000 ienes (uns 700 reais), sendo que a preço normal cada um sairia por 9,000 ienes (uns 200 reais). Então ele escreveu num papel que queríamos dois ingressos, em inglês e japonês, e me deixou ali segurando enquanto ele procurava mais barato (vale ressaltar que a estação estava lotadíssima de gente). Então apareceu uma japinha baixinha me abordando, só que ela não falava uma vírgula de inglês. Lá estava eu, tentando dizer “TWO TICKETO, TWOO TICKETOOO” – e fazendo um dois com a mão. Então ela disse “Hai!” apontando pro bolso, e eu comecei a tentar perguntar o preço, dizendo “My TOMODACHI speak japanese!” e tentando ver onde estava o Banshee. Foi quando o cara que tinha nos oferecido ingresso antes apareceu do nada, cruzou os braços e começou a intimidar a garota, tadinha, que ficou tremendo de medo, dando passos pra trás, e meteu o pé. Nisso apareceu o Banshee, faltava menos de meia hora pra começar o show e a gente acabou levando os dois ingressos do cara da máfia mesmo por 30,000 ienes ou ele ia nos matar hue.

Acontece que esses cambistas são uma espécie de máfia mesmo, e a garota não podia estar tentando vender na “área” dele. Sinistro! De qualquer forma, o show foi muito bom! O que me surpreendeu, pois apesar de gostar muito eu não era TÃO fã de Luna Sea como muitos amigos meus. Uma pena eu não conhecer na época certas músicas que hoje estão entre as minhas favoritas.

Saindo de lá fomos ao Tokyo Dome, famosíssimo estádio de baseball onde eu gostaria muito de ver um show um dia. Mas nesse dia estava tendo jogo, e deu até pra ver criancinhas com seus pais, usando aquelas luvas e carregando bolas. O Tokyo Dome é cercado por uma espécie de shopping, o Tokyo Dome City – tem até uma montanha russa passando por dentro dele. Lá nós sentamos para tomar maravilhosos drinks de cerveja (isso mesmo!) no Yebisu Bar. Eu tomei uma de cranberry e o Banshee pediu uma de limão com mel – ambas maravilhosas! De petisco, pedimos um Fish&Chips, já que eu acabei não comendo essa especialidade de Londres quando passei por lá.
O plano para esta noite era pegar FINALMENTE o ônibus noturno pra Kyoto, mas por vários motivos técnicos que eu levaria muito tempo pra explicar aqui, nós acabamos não indo. Mas como a noite é uma criança, fomos afogar as mágoas fazendo um “Bar Tour” em Shibuya (aproveitando para tirar fotos no cruzamento do Shibuya 109 e na estátua do cachorro Hachiko).
A primeira parada foi o inesquecível Bar do Bikini: um bar onde as garotas usam bikini e fazem dancinhas engraçadas cantando musiquinhas mais hilárias ainda para cada prato servido! Logo quando entramos fomos recebidos com uma musiquinha de boas vindas e um “Otsukaresama!” – palavra que é uma espécie de congratulação pelo dia de trabalho (na verdade é mais que uma congratulação, é algo como “você já pode descansar agora”). Então eles nos perguntaram de onde éramos e como se dizia “Otsukaresama” no Brasil. Como não temos uma tradução literal pra isso, eu disse pro Banshee: “Fala qualquer coisa” – pra quê… ele virou e disse; “Pinto pequeno!”, e os japinhas, coitados, cantaram “Pintopekenooo” em coro pra gente! Como se não bastasse, o japa que tocava uma espécie de instrumento de madeira (enquanto as meninas dançavam e cantavam) perguntou pro Banshee como era “peito grande” em português, aí ele apontou pra mim e disse: “Peitão”. O japinha pervo ainda virou pra mim com os polegares pra cima dizendo: “Nice peiton!”. O clima do bar era ótimo, todo mundo parava pra ver as meninas dançarem quando elas iam servir alguma coisa, e quando elas mexiam algum drink, rebolavam cantando “Shibo shibo, shibo shibooo”. Nesse mesmo bar, o Banshee pediu okonomiyake pra mim (uma espécie de panqueca frita feita com repolho, um molho agridoce e maionese) e eles fizeram mesmo sem ter no menu! O chefe ainda veio na minha mesa pedir desculpas por não estar perfeito. Seus japas lindos! Deu até pena sair de lá (e mais pena ainda de não poder tirar foto lá dentro).
Nossa segunda parada foi o bar que é o preferido do banshee, mais tranquilo e aconchegante, cheio de cartazes de decoração e bandeirinhas de vários países, uma graça. Por último fomos em um outro onde eu comi os anéis de lula mais gostosos do mundo, e ainda tomei um drink feito com energético que é popular entre os jovens lá (mas não me pergunte o nome! XD).
Depois disso tudo ninguém tem energia pra mais nada! Mas ainda faltava um dia, e já que não íamos mais pra Kyoto, restava conhecer o que mais Tokyo tinha pra oferecer (que não é pouco!).

2 respostas para “Tokyo Five Days: 4º dia”

    • Eu não, mas o meu amigo que me hospedou e mora lá a 5 anos já presenciou alguns. Outros amigos que foram para Tokyo no ano passado também passaram por alguns tremores mas nada tão sério. Os epicentros geralmente são longe de Tokyo.

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